segunda-feira, outubro 12, 2009

I think I was caught
:(

domingo, setembro 20, 2009


I need a hug...

sábado, setembro 19, 2009

Aprender...

"Às vezes é preciso aprender a perder, a ouvir e não responder, a falar sem nada dizer, a esconder o que mais queremos mostrar, a dar sem receber, sem cobrar, sem reclamar.

Às vezes é preciso respirar fundo e esperar que o tempo nos indique o momento certo para falar e então alinhar as ideias, usar a cabeça e esquecer o coração, dizer tudo o que se tem para dizer, não ter medo de dizer não, não esquecer nenhuma ideia, nenhum pormenor, deixar tudo bem claro em cima da mesa para que não restem dúvidas e não duvidar nunca daquilo que estamos a dizer.E mesmo que a voz trema por dentro, há que fazê-la sair firme e serena, e mesmo que se oiça o coração bater desordenadamente fora do peito é preciso domá-lo, acalmá-lo, ordenar-lhe que bata mais devagar e faça menos alarido, e esperar, esperar que ele obedeça, que se esqueça, apagar-lhe a memória, o desejo, a saudade, a vontade.

Às vezes é preciso partir antes do tempo, dizer aquilo que se teme dizer, arrumar a casa e a cabeça, limpar a alma e prepará-la para um futuro incerto, acreditar que esse futuro é bom e afinal já está perto, apertar as mãos uma contra a outra e rezar a um deus qualquer que nos dê força e serenidade. Pensar que o tempo está a nosso favor, que o destino e as circunstâncias se encarregarão de atenuar a nossa dor e de a transformar numa recordação ténue e fechada num passado sem retorno que teve o seu tempo e a sua época e que um dia também teve o seu fim.

Às vezes mais vale desistir do que insistir, esquecer do que querer, arrumar do que cultivar, anular do que desejar. No ar ficará para sempre a dúvida se fizemos bem, mas pelo menos temos a paz de ter feito aquilo que devia ser feito, somos outra vez donos da nossa vida e tudo é outra vez mais fácil, mais simples, mais leve, melhor.

Às vezes é preciso mudar o que parece não ter solução, deitar tudo abaixo para voltar a construir do zero, bater com a porta e apanhar o último comboio no derradeiro momento e sem olhar para trás, abrir a janela e jogar tudo borda fora, queimar cartas e fotografias, esquecer a voz e o cheiro, as mãos e a cor da pele, apagar a memória sem medo de a perder para sempre, esquecer tudo, cada momento, cada minuto, cada passo e cada palavra, cada promessa e cada desilusão, atirar com tudo para dentro de uma gaveta e deitar a chave fora, ou então pedir a alguém que guarde tudo num cofre e que a seguir esqueça o segredo.

Às vezes é preciso saber renunciar, não aceitar, não cooperar, não ouvir nem contemporizar, não pedir nem dar, não aceitar sem participar, sair pela porta da frente sem a fechar, pedir silêncio e paz e sossego, sem dor, sem tristeza e sem medo de partir. E partir para outro mundo, para outro lugar, mesmo quando o que mais queremos é ficar, permanecer, construir, investir, amar. Porque quem parte é quem sabe para onde vai, quem escolhe o seu caminho e mesmo que não haja caminho, porque o caminho se faz a andar, o sol, o vento, o céu e o cheiro do mar são os nossos guias, a única companhia, a certeza que fizemos bem e que não podia ser de outra maneira.

Quem fica, fica a ver, a pensar, a meditar, a lembrar. Até se conformar e um dia então esquecer."

Autor desconhecido

quarta-feira, agosto 19, 2009

Fermento inquietações
Engulo a seco inferiorizações
Canso-me de ecoar gritos mudos
Dá para saltar este capítulo de vida?!
Exausta

sábado, maio 09, 2009

Canção Óbvia - Paulo Freire

Escolhi a sombra desta árvore para
repousar do muito que farei,
enquanto esperarei por ti.
Quem espera na pura espera
vive um tempo de espera vã.
Por isto, enquanto te espero
trabalharei os campos e
conversarei com os homens
Suarei meu corpo,
que o sol queimará;
minhas mãos ficarão calejadas;
meus pés aprenderão o mistério dos caminhos;
meus ouvidos ouvirão mais,
meus olhos verão o que antes não viam,
enquanto esperarei por ti.
Não te esperarei na pura espera
porque o meu tempo de espera é um
tempo de quefazer.
Desconfiarei daqueles que virão dizer-me,:
em voz baixa e precavidos:
É perigoso agir
É perigoso falar
É perigoso andar
É perigoso, esperar, na forma em que esperas,
porquê êsses recusam a alegria de tua chegada.
Desconfiarei também daqueles que virão dizer-me,
com palavras fáceis, que já chegaste,
porque êsses, ao anunciar-te ingênuamente ,
antes te denunciam.
Estarei preparando a tua chegada
como o jardineiro prepara o jardim
para a rosa que se abrirá na primavera.

quinta-feira, abril 16, 2009


Excessivamente familiar...

"Não há Coincidências"

Vera


(...)

"Pergunto-me pela centésima vez porque é que os homens que têm mulheres fantásticas passam a vida a ter amantes e os que se casaram com chatas são fiéis?

O João atura há cinco anos a Sofia e nunca lhe foi infiel. E essa sim, ganhava de certeza o concurso da mulher mais chata do mundo. Sempre de trombas, maldisposta, com cara de que toda a gente lhe deve e ninguém lhe paga. Que falta de paciência.

Amanha vou telefonar ao João, talvez ele não tenha marcado nenhum almoço. O João é só e apenas o mais sério de todos os meus antigos namorados, o homem que já foi a «grande paixão da minha vida». Os anos suavizaram o amor adolescente e disparatado, que hoje se resume a um desejo sublimado e a uma enorme amizade. O que o tempo não faz.


Amanha vou almoçar com ele e pronto. Vamos falar de tudo sem tempo para nada, porque um almoço por mês não dá nem para as migalhas de uma relação de mais de dez anos. Mas é melhor que nada e continuo a gostar de o ver. O Tiago aceita estess almoços com a naturalidade que lhe é característica. Não é por aí que passa o seu orgulho. Se se sentisse de algum modo tocado, não hesitaria em protestar. Como ele não faz fitas, eu não lhe faço segredo e não há mistério.


Além disso, hoje em dia para mim ver o João é como assistir pela décima vez ao cinema Paraíso. Contonuo a adorar mas já conheço todas as cenas, já decorei os diálogos e não falho uma sequência. Prefiro não pensar se ainda o amo ou não, porque, no funfo, sei que sim, mas ando a convenser-me de que tenho o direito de me deixar ser amada por outro homem. Esse homem é o Tiago, e tambem sei que pode ser outro qualquer. De qualquer forma tanto faz, porque nenhum deles é o João.


Será que só se ama uma vez na vida? Será que não se volta a viver aquele amor total, arrebatador, violento, profundo e inesquecível, nunca mais? Temo que sim, mas espero que não.


Amanha, se for almoçar com o João, atiro com o assunto do meu casamento com o Tiago para cima da mesa. Nem sei bem se me quero ou não casar com o Tiago, mas depois logo se vê. Pelo menos lanço os dados. Ele que os apanhe como puder. Se ao menos eu gostasse mesmo do Tiago... mas não. O que eu gosto é que ele goste de mim. E o pior é que gosta mesmo.


João


(...)

Olho para os tufos de alfazema que plantei a pensar na Vera. Ofereceu-mos e pediu que os plantasse em sua honra. Coitada da Vera. Nãos abe mais o que inventar para fazer parte da minha vida. Como se não fizesse desde sempre.

(...)

Quando chego ao restaurante do costume, já está à minha espera, o carro e stacionado no parque e ela de porta entreaberta a mexer em papéis. Consegue sempre manter a pose de quem não está ansiosamente à minha espera, mas eu já lhe conheço os truques. O olhar brilha quando me vê.

Sinto-a ansiosa ao longo do almoço, sei que me vai dizer alguma coisa. E acertei em cheio, anuncia-me que vai casar.

"Com o Tiago?"

"Com quem querias que fosse? Contigo não é com certeza, porque já casas-te com outra mulher.


Começou o ataque. Fingo que não noto a ligeiríssima inflexão na voz que lhe saiu sem ela reparar.


"Mas isso é a sério?"

"Claro, daqui a seis meses"

"Óptimo, óptimo. Só gostava é de saber se ainda vais achar graça ao Tiago daqui a uns anos.

(...)


Tento imaginar a Vera casada, mas não consigo. Com filhos, sim, sempre a imaginei. Um filho meu, às vezes falávamos disso. Mas casada? Fiz um esforço para me habituar à ideia.


(...)

A Vera ouvia-me com atenção, adivinhando como sempre o fim das minhas frases, com aquele dom que Deus lhe deu de perceber tudo o que digo e tudo o que não quero dizer. Aconselhou-me a não me separar da Sofia por causa dos miúdos, a não ser que houvesse mesmo outra hipótese. Como se houvesse. Ambos sabíamos que não e estávamos ali a fingir. Ambos com o orgulho ferido, nenhum com vontade de dar o braço a torcer.


Antes de me casar, apanhei o avião e vim cá falar com ela. Nessa altura ela disse-me que a Sofia seria um erro. Mas eu estava convencido que não. Agora sou obrigado a reconhecer que ela acertara em cheio nas suas previsões.

Disse-me que nunca seria minha amante. Que casamento é coisa séria. E sempre cumpriu a sua palavra. Tambem nunca tentei nada, embora muitas vezes ao longo destes anos me tivesse passado pela cabeça dormir com ela. Mas sei que ela veria como uma humilhação ser minha amante. Afinal era queria ser minha mulherm sempre quis, e nãos e contentava com menos.


«Posso voltar a ser tua namorada um dia, se te separares e estivr sozinha nessa altura. Mas amante é que não. Alémm disso tu não precisas de uma amante. Precisas de alguém que te compreenda e te oiça. Acho que a minha amizade é muito mais valiosa do que qualquer outra coisa»


E agora a minha melhor amiga vai casar-se.

Despedimo-nos com um beijo rápido e comprometedor. Prometemos continuar a falar, não desaparecer da vida um do outro. Como se fosse possível. A Vera entrou na minha vida sem eu dar por isso e nunca mais vai sair. Fiquei ali especado, no parque de estacionamento, a ve-la descer a rampa e desaparecer do outro lado da retunda.


Se eu quisesse, bastava uma palavra apenas e aquela mulher era outra vez minha. Mas não. A minha vida já está demasiado complicada com a Sofia.


Só precisei de me sentar à secretária para deitar para trás das costas tudo o que me tinha passado pela cabeça. Tenho de trabalhar.


Vera


(...)

Não devia ter ido almoçar com ele. acabo sempre por cair na ratoeira. Quando vou ter com ele convenço-me de que é como se fosse almoçar com um amigo qualquer. Engano-me.


(...)

Além disso o Tiago não é ambicioso, sabe que um dia vai herdar uma dúzia de prédios em Lisboa, e, se for esperto, viverá dos rendimentos. Não tem a garra do João. Nem a inteligência. Nem o pedigree. Mas tambem quem é que tem? Se ao menos o João não fosse para mim um deus, se ao menos o conseguisse pôr com os pés no chão, se ao menos se partisse o pedestal e ele ficasse reduzido a pó, cinzas e nada. mas não. Habituei-me a vê-lo assim, não consigo olhar para ele de outra maneira."


Margarida Rebelo Pinto

terça-feira, abril 14, 2009


As vezes a felicidade exige-nos um preço demasiado alto
E preferimos iludir-nos com momentos felizes
Por não termos dignidade suficiente para deixar o orgulho de lado e...
Lutar pela felicidade plena!